Já vi muita campanha política pela TV, assisti a debates bons e chatos, fiz tudo o que podia para entrar naquela de “conhecer melhor para escolher bem”, privilegiei partidos em detrimento de indivíduos e... pouquíssimas vezes fiquei satisfeita com o resultado. Antes de jogar a toalha e desistir de vez desse privilégio democrático por pura falta de opção, vou pensar alto sobre o que não quero na minha bagagem de eleitora saturada.
Candidato que acha que inova quando troca a enxurrada de promessas pela frase “Isso não é promessa, é compromisso de campanha!”, quando apenas está trocando seis por meia dúzia e caindo em outro chavão com jeito de sério. Só jeito. A tradição de nossa triste vida política nos tem ensinado que palavra de honra é artigo (quase) inexistente no ramo.
O que adora ouvir a própria voz bradando a quina mágica - Educação, Saúde, Emprego, Moradia e Segurança (em qualquer ordem) – mesmo que o cargo para o qual é candidato não tenha competência para resolver problemas em todas essas áreas.
O que usa seu credo religioso para atrair votos.
O que acha que a causa ambiental é coisa de bicho-grilo dos anos 60 e um entrave para o progresso.
O partidário do troca-troca de legendas, sempre à venda pela melhor oferta.
O que abusa da imunidade parlamentar para sair ileso de falcatruas e só escolheu essa profissão porque conhece a facilidade e a impunidade implícitas.
O que anda armado porque não sabe trocar idéias na base do ouvir, pensar e falar.
O que pula para cima do muro em votações polêmicas, como aumento do próprio salário e benefícios indecentes, corte ou não de jetons, entre outras, abstendo-se de votar para depois poder se eximir da responsabilidade do resultado. Principalmente quando sabe de antemão que o projeto em questão vai passar.
O que entra em mutretas propostas por colegas, alegando que “Se todo o mundo faz, por que eu não posso também? Que diferença faz?”
Aquele que não sabe o que é fazer a diferença.
O que já morreu e não sabe.
É, pelo visto não vai sobrar (quase) ninguém.
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