Com o estrondo do trovão-silêncio, o céu pranteia.
Sob esta vasta cortina tempestiva o reencontro.
Estamos ensopados pelas vivências do passado!
Segure minha mão,
entremos neste casarão abandonado.
Veja os bordados das teias...
Ali um candelabro jogado.
Do flagelado teto
vertem pingos e respingos
escrevendo triste melodia
nas linhas da poça,
sobre maltratado assoalho.
Venha pra junto de mim...
tire meus pés do alagado.
Estou com frio.
Acenda minha lareira.
Aqueça-me
Amor!
Venha para junto de mim
seque-me do encharcado vazio.
Remodele meu casarão-coração
com afeição, seu artesanato.
Enxugue, do teto deste meu olhar,
a solidão em pingos.
Envernizemos com a calda caramelada
dos nossos sonhos,
o assoalho do sentimentos.
Troquemos a canção tormento
pela melodia sincera do envolver.
Com as teias enroladas em carretel,
teceremos a toalha para a ceia.
Sobre ela acenderemos o candelabro
das nossas juras,
de unidos vivermos o absoluto,
em nós, de nós e para nós.
Ah, estar em você
outrora de mim foi roubado.
Venha Amor,
leve-me para sua seara do sempre!
© Arlete Meggiolaro
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