Sua intenção, meu intento
Tal qual vapor condensado,
eu precipito em gotas minhas fantasias
sobre seu corpo quente, suado.
Escorro pelas vielas do seu traçado,
misturo-me aos seus lagos com afagos.
Eu gota em suas gotas,
nossas partículas,
misturam-se em particular submissão.
Sua intenção primeira
de me adoidar
tenta meu intento
do querer lhe saciar.
E, neste momento,
descortino minha imagem,
e me vejo
deslizar pela vidraça do seu olhar,
desço no bosquejo dos seus lábios,
e grudo com o beijo.
Sua intenção e meu intento
deslizam na vertente do desejo.
Misturamo-nos nos largos lagos de afagos.
Deslizamos na perspectiva das nossas curvas.
Nós em nós
deslizamos, deslizamos, deslizamos...
A sensação de ser
a gota que instiga sua intenção primeira
faz parte deste devaneio dourado.
© Arlete Meggiolaro
Extraído do livro ORVALHO D”AMLA
Editora Protexto
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